Opinião

Duplicação da BR-116, uma luta de todos

Com força, a mobilização da Zona Sul por mais recursos que garantam a continuidade da duplicação da BR-116 começou no Pelotas 13 Horas, da Rádio Universidade (RU)

cabecalho_pablo

Ao optar pela construção da segunda ponte sobre o rio Guaíba, em detrimento da continuidade das obras de duplicação da BR-116, a bancada gaúcha na Câmara dos Deputados - inclui-se aqui o deputado Afonso Hamm (PP), eleito principalmente pelos bajeenses, mas também por muitos pelotenses - deu recado claro, inequívoco: a Zona Sul pouco importa.

Dito de outra maneira, a Zona Sul que se vire.

Ou, ainda, que se exploda, a tal da Zona Sul.

Para ela e para seus mais de 600 mil eleitores, bastam as migalhas das emendas parlamentares, celebradas - que miséria a nossa! - com longos apertos de mãos, sorrisos largos e muitas, muitas fotos toscas.

Vive-se, por vezes, por estas bandas, em Sucupira.

Nem todos, porém, aceitam que seja assim.

Com força, a mobilização da Zona Sul por mais recursos que garantam a continuidade da duplicação da BR-116 começou no Pelotas 13 Horas, da Rádio Universidade (RU). Há mais de um ano, em seu programa, o jornalista Clayton Rocha tem, cotidianamente, insistido na causa, que deveria ser de todos os moradores da região. Mais: tem promovido um enorme e fundamental despertar de consciência.

Aos poucos, lideranças empresariais e políticas engrossaram o coro - menos o deputado Afonso Hamm, que chegou a se manifestar publicamente até mesmo contra a proibição de vaquejadas e rodeios no país, mas ainda mantém estranho silêncio sobre a duplicação da BR-116. Quem planta silêncio em questão fundamental para a Zona Sul só poderá colher silêncio nas urnas em 2018. Cada acidente na estrada fará o triste favor de recordar a todos o nome dos que se omitiram nesta hora. Derradeira, aliás.

O prefeito de Pelotas, Eduardo Leite (PSDB), em participação no Pelotas 13 Horas, direto de Brasília, elevou o tom da crítica: “Construir a segunda ponte do Guaíba, com a BR-116 pela metade, é o mesmo que anunciar a construção de uma estação de embarque em um aeroporto sem que se tenha projetado, antes, a pista de decolagem”. Ao Diário Popular, Eduardo demonstrou a mesma indignação, ao falar que os R$ 50 milhões destinados à duplicação em 2017 serão suficientes para garantir apenas dez dos 170 quilômetros restantes: “Isso é um absurdo, nesse ritmo de investimentos serão necessários 17 anos para concluir a obra. E ainda vai se perder o que foi feito até agora”.

Deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar na Assembleia Legislativa em Defesa da Duplicação, Zé Nunes (PT) assume como um dos protagonistas desta causa capaz de unir partidos antagônicos. Nunes já adiantou que a mobilização está apenas no início, e que os deputados federais eleitos pelo Rio Grande do Sul são o próximo “alvo” das reivindicações. A população da Zona Sul aguarda, ansiosa, pelas justificativas.

A reunião das lideranças políticas e empresarias da região com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, foi o primeiro passo mais efetivo. E trouxe, ainda que tímida, uma certa esperança de remanejamento das verbas previstas para o Rio Grande do Sul. A comitiva da Zona Sul no encontro com Quintela incluiu - além de Eduardo Leite, Zé Nunes e os jornalistas Clayton Rocha e Paulo Gastal, pelo Pelotas 13 Horas, da RU - o superintendente do Dnit, Hiratan Pinheiro, o superintendente do Porto de Pelotas, Cláudio Oliveira, o presidente do Cipel, Amadeu Fernandes e o presidente da Azonasul e prefeito de Morro Redondo, Rui Brizolara.

Pressionar para que a região seja ouvida e garantir a duplicação da BR-116 é papel de todos. Clayton Rocha cumpre a missão - também política - de lutar no rádio. Outras lideranças, políticas e empresariais, brigam em suas searas. Ao cidadão, cabe não deixar o assunto morrer. E, claro, exercer o legítimo direito de cobrar de seu representante, havendo votado nele ou não, uma posição sobre o assunto. Para facilitar, deixo aqui o e-mail do deputado federal Afonso Hamm (PP), que, como se disse, ainda permanece em silêncio e precisa explicar por que os parlamentares decidiram que a segunda ponte sobre o rio Guaíba seria a prioridade: [email protected].

JF_9660

Foto: Jô Folha

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Escolas seguem sem itens para a merenda Anterior

Escolas seguem sem itens para a merenda

A mesma voz, mas em formato diferente Próximo

A mesma voz, mas em formato diferente

Deixe seu comentário